Maria de Lurdes Rodrigues e António da Silva Carvalho
Abrigados à sombra da parreira, perdidos na doçura de uma talhada de melão e de um copo de vinho branco, fomos descobrindo o gosto miniaturista de António da Silva Carvalho «O Roque».
- “ Chamam-me Roque porque o meu pai era Roque, e Roque fiquei (…) não sou homem de ir para o café e não gosto de falar na vida alheia (…) vou fazendo estas coisas para passar o tempo...”
Exibia com vaidade os arados, os bois e os carros-de-bois feitos em miniaturas, e falava-nos do tempo, desse tempo a quem ele estava habituado a trocar as voltas e a roubar o vagar para as suas construções.
Os oitenta e dois anos mostravam-se ainda rijos para cuidarem do campo que rodeia a casa no lugar do ribeirinho. E com um sorriso maroto lá foi dizendo:
- “Olhe que a minha mãe durou até aos cento e três anos!…”
- “Olhe que a minha mãe durou até aos cento e três anos!…”
Adivinhámos-lhe a graça e dissemos:
- Ó ti António, se o tempo não nos pregar a finta, havemos de voltar a conversar daqui a vinte e cinco anos… pelo menos!
- Ó ti António, se o tempo não nos pregar a finta, havemos de voltar a conversar daqui a vinte e cinco anos… pelo menos!
(Mós - V.N.Foz Côa) 18Agosto2007
2 comentários:
hermosas fotos ,que te hacen sentir melancolica y te transportan a otro espacio de tiempo fotos extraordinarias.
a varanda do tempo :)
gostei, continuem
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