02 abril, 2011

O Senhor Belchior

Dois dedos de conversa...




Em Geraldes, o sossego da tarde senta-se, rendido,
no lugar do Senhor Belchior. 

As estampas coladas na parede, guardiãs da alma,
decoram os dias. E guardam também o tempo
que obstinadamente se alapa em cada objecto.

Entre os trabalhos (e os alhos) dependurados,
aguça-se-nos o olhar no esmeril da curiosidade.
 E dois dedos de conversa bastam
para que o sorriso aconteça. 
Doce...

Quisemos tirar-lhe o retrato. Aceitou
com a mansidão dos que usam a gentileza como prática.


Geraldes (Peniche) - 2010